Imersão Literária - E. E. Otto Weiszflog: Imersão na poética periférica de Sergio Vaz!

Imersão Literária - E. E. Otto Weiszflog: Imersão na poética periférica de Sergio Vaz!: "Enquanto eles capitalizam a realidade, eu socializo meus sonhos." Sérgio Vaz Obras disponíveis em nossa Sala de Leitura: Sérgio V...

"Enquanto eles capitalizam a realidade, eu socializo meus sonhos."

Obras disponíveis em nossa Sala de Leitura:



Sérgio Vaz nasceu no dia 26 de junho de 1964, em Ladainha, interior de Minas Gerais. Conhecido como o “Poeta da Periferia”, é atualmente um dos escritores mais reconhecidos da poesia nacional. Ativista político e social, no ano 2000 fundou a Cooperativa Cultural da Periferia (Cooperifa), movimento que transformou um bar da periferia da zona sul de São Paulo em um centro de artes e literatura. Foi escolhido pela revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes de 2009. Por seus feitos, Sérgio Vaz recebeu diversas honrarias, como o “Prêmio Unicef” (2007), “Orilaxé” (2010), “Trip Transformadores” (2011), “Governador de São Paulo” – nas categorias Inclusão Cultural e Destaque Cutural (2011) – e o “Heróis invisíveis” (2011).

Aos 58 anos, o poeta lançou em abril deste ano sua décima obra, Flores da Batalha (Editora Global). Com prefácio do rapper Emicida, o livro reúne uma coletânea de poemas que trata da vivência na periferia após a pandemia de Covid-19. Central em todos os seus escritos, essa é a população que foi a mais afetada não só pela doença, mas também pelas dificuldades de sobrevivência que acabam se sobrepondo às escolhas individuais.

S
Mais sobre o Poeta:
@poetasv
CORAÇÃO DE CRIANÇA NÃO MORRE
"Ontem a criança que fui, triste e abandonada,
depois de muito tempo andou de mãos dadas comigo,
e entre risos e lágrimas me deu um abraço.
Ali de rosto colado
à mercê de lembranças e saudades
(quem sabe a diferença sabe que saudade dói
e a lembrança cabe na fotografia),
ela me disse que estava feliz pelo adulto que sou
e que não havia mais motivo
para chorar pela solidão do passado.
Despediu-se soltando meus braços
feito quem acaba de ensinar alguém a nadar,
ou segurando na mão alguém para não se afogar.
Falou que ia embora, mas ia ficar para sempre
brincando no parquinho do meu coração.
Saiu driblando as nuvens nos campinhos de terra
da memória e antes de sumir olhou para trás e me disse:
- Estou feliz porque você agora é meu amigo, e deixou de querer ser meu pai.
E como quem sorri pela primeira vez vivendo um presente que demorou pra chegar por conta do passado, olhei para o futuro
sabendo que a hora que quiser, posso ser criança outra vez.
Só que feliz." sergio vaz


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