Porque hoje é domingo: proseio com meus botões!
Porque hoje é domingo... Levantei um pouco mais tarde (apesar de ter acordado muito cedo) Deixei-me sob o edredom entregue a inércia (O que só é possível nas manhãs frias de domingo) Por fim encarei o espelho e me sorri Elevei uma prece Gratidão pelas marcas deixadas na pele Já passaram por mim cinquenta primaveras Desde aquele julho de 1970 Quando deixei o ventre de minha mãe Aurora Acolhida pelas mãos pretas da Dona Bilú (nossa doula querida) Lavada, enfaixada, embrulhada pela vó Lídia Aos berros anunciei minha chegada "Essa vai ser braba!" Sentenciou meu pai João! Foram muitas geadas Corridas atrás do rastro do Sol Cantigas entre hortências, margaridas e rosas (Que saudades do jardim lá de casa) Veio a diáspora... A usina de cana O latifúndio engolindo os sítios A terra toda tombada Os colonos juntado seus "trens" Lavrador virou bóia fria Meus pais com os oito filhos na bagagem migraram. São Paulo já não era mais da garoa Urbe giganteia de encantos e desigualda