Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos ” Nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Esses direitos não são permanentes. Você terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida.” Simone de Beauvoir Tornar-se mulher no Brasil é um desafio que transcende a filosofia existencialista de Simone de Beauvoir e vai para além da literatura determinista de Aluísio de Azevedo, posta a nu (1890), na narrativa metafórica da menina Pombinha, tornada mulher, esposa, adultera e prostituída. “Pombinha soltou um ai formidável e despertou sobressaltada, levando logo ambas as mãos ao meio do corpo. E feliz, e cheia de susto ao mesmo tempo, a rir e a chorar, sentiu o grito da puberdade sair-lhe afinal das entranhas, em uma onda vermelha e quente.” (O Cortiço, pg. 93) “... Tornou-se, finalmente, uma mulher, e agora poderia casar-se [...] Pobre Pombinha! no fim dos seus primeiros dois anos de casada