Imersão Literária - E. E. Otto Weiszflog: Clássicos da Literatura Brasileira: Conceição Eva...
Imersão Literária - E. E. Otto Weiszflog: Clássicos da Literatura Brasileira: Conceição Eva...: “Hoje a gente tem um movimento de falar com a nossa voz. Me perguntam se falo pelas mulheres negras. Eu não falo pelas mulheres negras, falo...
Clássicos da Literatura Brasileira: Conceição Evaristo
“Hoje a gente tem um movimento de falar com a nossa voz. Me perguntam se falo pelas mulheres negras. Eu não falo pelas mulheres negras, falo como mulher negra, com as mulheres negras.” Conceição Evaristo
A escritora mineira nasceu em 1946, em uma favela na zona sul de Belo Horizonte. Trabalhou como empregada doméstica e completou seus estudos secundários aos 25 anos. Mudou-se para o Rio de Janeiro (RJ) e passou em um concurso público para o magistério. Graduou-se em Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é mestra em Literatura Brasileira pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e atualmente é professora universitária na UFMG. Estreou sua carreira literária em 1990 com obras publicadas na antologia Cadernos Negros. Seu romance de estreia é Ponciá Vicêncio (2003) que foi traduzido para o inglês e publicado nos Estados Unidos cinco anos depois. Com obras que abordam a questão da discriminação racial, o preconceito e as diferenças de gênero e classe, também lançou outros trabalhos como o livro Poemas da recordação e outros movimentos (2008) e Insubmissas lágrimas de mulheres (2011). Conceição é militante do movimento negro e participa em diversos eventos relacionados.
Clássicos da Literatura Brasileira: Conceição Evaristo
“Hoje a gente tem um movimento de falar com a nossa voz. Me perguntam se falo pelas mulheres negras. Eu não falo pelas mulheres negras, falo como mulher negra, com as mulheres negras.” Conceição Evaristo
A escritora mineira nasceu em 1946, em uma favela na zona sul de Belo Horizonte. Trabalhou como empregada doméstica e completou seus estudos secundários aos 25 anos. Mudou-se para o Rio de Janeiro (RJ) e passou em um concurso público para o magistério. Graduou-se em Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é mestra em Literatura Brasileira pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e atualmente é professora universitária na UFMG. Estreou sua carreira literária em 1990 com obras publicadas na antologia Cadernos Negros. Seu romance de estreia é Ponciá Vicêncio (2003) que foi traduzido para o inglês e publicado nos Estados Unidos cinco anos depois. Com obras que abordam a questão da discriminação racial, o preconceito e as diferenças de gênero e classe, também lançou outros trabalhos como o livro Poemas da recordação e outros movimentos (2008) e Insubmissas lágrimas de mulheres (2011). Conceição é militante do movimento negro e participa em diversos eventos relacionados.
Eu-Mulher
"Uma gota de leite
me escorre entre os seios.
Uma mancha de sangue
me enfeita entre as pernas.
Meia palavra mordida
me foge da boca.
Vagos desejos insinuam esperanças.
Eu-mulher em rios vermelhos
inauguro a vida.
Em baixa voz
violento os tímpanos do mundo.
Antevejo.
Antecipo.
Antes-vivo
Antes – agora – o que há de vir.
Eu fêmea-matriz.
Eu força-motriz.
Eu-mulher
abrigo da semente
moto-contínuo
do mundo."
Perante uma sociedade que ainda se rege segundo estruturas patriarcais, Conceição Evaristo escreve uma ode às mulheres. Aqui, o eu-lírico se identifica como parte e representante dessa força feminina: falando de si mesma, está exaltando suas companheiras.
Com dois romances publicados, além de livros de poemas e contos traduzidos em línguas estrangeiras, Conceição Evaristo foi homenageada pelo Prêmio Jabuti como Personalidade Literária de 2019. Em 2015, a escritora já havia sido laureada por seu livro de contos Olhos D’Água, e revela que, somente depois do “reconhecimento” passou a ser respeitada no meio literário.
"Com um texto bastante direto e realista, Conceição Evaristo nos prende, nos transporta e nos coloca ao lado do personagem em meio a cena. Vemos e sentimos o que está sendo narrado. É duro, cruel e cortante. Não há meios termos, suavização dos fatos — apesar da escolha de palavras poéticas da autora. Estamos ali, vendo tudo.
O início, meio e fim de vivências periféricas, quase sempre trágicas, que não poupam ninguém: homens, mulheres, crianças.
Em lugares onde a vida é mais difícil, mais sofrida, mais confusa.
Onde o normal é a violência, a dor, a pobreza, a perda, a luta.
Situações que exigem esforço para querer continuar vivo."
Resenha: Por Adriana Ferreira https://www.conteudoraizes.com/post/resenha-do-livro-olhos-d-agua-de-conceicao-evaristo
Referências:
Uma mancha de sangue
me enfeita entre as pernas.
Meia palavra mordida
me foge da boca.
Vagos desejos insinuam esperanças.
Eu-mulher em rios vermelhos
inauguro a vida.
Em baixa voz
violento os tímpanos do mundo.
Antevejo.
Antecipo.
Antes-vivo
Antes – agora – o que há de vir.
Eu fêmea-matriz.
Eu força-motriz.
Eu-mulher
abrigo da semente
moto-contínuo
do mundo."
Perante uma sociedade que ainda se rege segundo estruturas patriarcais, Conceição Evaristo escreve uma ode às mulheres. Aqui, o eu-lírico se identifica como parte e representante dessa força feminina: falando de si mesma, está exaltando suas companheiras.
Com dois romances publicados, além de livros de poemas e contos traduzidos em línguas estrangeiras, Conceição Evaristo foi homenageada pelo Prêmio Jabuti como Personalidade Literária de 2019. Em 2015, a escritora já havia sido laureada por seu livro de contos Olhos D’Água, e revela que, somente depois do “reconhecimento” passou a ser respeitada no meio literário.
"Com um texto bastante direto e realista, Conceição Evaristo nos prende, nos transporta e nos coloca ao lado do personagem em meio a cena. Vemos e sentimos o que está sendo narrado. É duro, cruel e cortante. Não há meios termos, suavização dos fatos — apesar da escolha de palavras poéticas da autora. Estamos ali, vendo tudo.
O início, meio e fim de vivências periféricas, quase sempre trágicas, que não poupam ninguém: homens, mulheres, crianças.
Em lugares onde a vida é mais difícil, mais sofrida, mais confusa.
Onde o normal é a violência, a dor, a pobreza, a perda, a luta.
Situações que exigem esforço para querer continuar vivo."
Resenha: Por Adriana Ferreira https://www.conteudoraizes.com/post/resenha-do-livro-olhos-d-agua-de-conceicao-evaristo
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