Pra não dizer que não falo de flores: Beijinhos vermelhos e flicts




Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Falo de flores, semeio beijinhos em vasos de barro...

Beijinhos vermelhos...
Vermelhos, como o amor, vermelho amor!
Aquecendo estes dias de inverno
Colorindo e perfumando a nostalgia
Com cheirinho de primavera
Ah! as primaveras de outrora...
Quando a puberdade semeava mudas coloridas
Enfeitando nosso quintal!
O Coração pulsava mais forte
Quando aquele menino passava e me sorria
A pele corava quando minha mãe Aurora ralhava
Eita cabocla brava!

Hoje a maturidade semeia Utopia,
Num arco Íris de cores
Onde o vermelho se destaca
No branco, amarelo, no roxo Lilás
Mas, hoje sei, a Utopia é flicts*

“O mundo não é uma coleção de objetos naturais, com suas formas respectivas, testemunhadas pela evidência ou pela ciência; o mundo são cores. A vida não é uma série de funções da substância organizada, desde a mais humilde até à de maior requinte; a vida são cores.
Tudo é cor… 
Aprendo isso, tão tarde! com Ziraldo. 
Ou mais propriamente com Flicts… Quem é Flicts?
Flicts é a iluminação — afinal, brotou a palavra — mais fascinante de um achado: a cor, muito além do fenômeno visual, é estado de ser, e é a própria imagem. Desprende-se da faculdade de simbolizar, e revela-se aquilo em torno do qual os símbolos circulam, voejam, volitam, esvoaçam — fly, flit, fling — no desejo de encarnar-se. Mas para que símbolos, se captamos o coração da cor? Ziraldo realizou a façanha, em seu livro.” - Carlos Drummond de Andrade

* Ziraldo (1932). Flicts, Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1969


Lúcia Peixoto
Filósofa, Professora de Filosofia,
Poeta, Artesã, Bacharel em Ciências da Religião,
Licenciada e Pós Graduada em Filosofia,
Pós-graduanda em Arteterapia

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