Conto...

O dia amanheceu aberto
Sol brilhando forte
Corpo pedindo sossego
Alma pedindo afago
O coração meio sem razão (Contrariando Blaise Pascal)*
Pulsa o sangue, oxigena o cérebro
Alimenta a mente em fotossíntese
Dialética, filosófica e poética
Ensaiando teses, e antíteses
Fazendo sínteses
Compondo enigmas
Não me decifra, tal pouco me devora
Me faz transitória
Esfinge Grega
Ártemis em Troia
Afrodite gestando Eros
Deméter na primavera!
A Tigresa que Caetano cantou!
Lúcia Peixoto


A inspiração não lhe veio fácil, soube então que o conto de segunda não seria mini, acariciou o teclado como a lavradora que outrora arava a terra para o plantio. Repetiu a prece matinal em agradecimento por mais uma semana que se reinicia.

Como o conto precisasse de tempo para germinar, deixou-o plantado na alma (Talvez para a próxima segunda-feira). 

Arriscou uma rima desajeitada para provocar a inspiração

Inspiração as vezes vira canção
Canção pode ser expressão
Oração, gratidão, pedido de perdão
Ou pura inflexão!

Mudou então a direção, contando (a quem possa interessar) que nem sempre o conto, conta aquilo que a autora quer contar. Cantarolou Caetano Veloso, libertou a tigresa acreditando que "tudo vai mudar. Pois ela vai ser o que quiser..."

"Uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel
Uma mulher, uma beleza que me aconteceu
Esfregando a pele de ouro marrom do seu corpo contra o meu
Me falou que o mal é bom, e o bem, cruel

Enquanto os pelos dessa deusa tremem ao vento ateu
Ela me conta, sem certeza, tudo o que viveu
Que gostava de política em 1966
E hoje dança no Frenetic Dancing Days

Ela me conta que era atriz e trabalhou no Hair
Com alguns homens foi feliz, com outros foi mulher
Que tem muito ódio no coração, que tem dado muito amor
E espalhado muito prazer e muita dor

Mas ela ao mesmo tempo diz que tudo vai mudar
Porque ela vai ser o que quis, inventando um lugar
Onde a gente e a natureza feliz vivam sempre em comunhão
E a tigresa possa mais do que o leão

As garras da felina me marcaram o coração
Mas as besteiras de menina que ela disse, não
E eu corri pra o violão num lamento, e a manhã nasceu azul
Como é bom poder tocar um instrumento

Uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel
Uma mulher, uma beleza que me aconteceu
Esfregando a pele de ouro marrom do seu corpo contra o meu
Me falou que o mal é bom, e o bem, cruel

Enquanto os pelos dessa deusa tremem ao vento ateu
Ela me conta, sem certeza, tudo o que viveu
Que gostava de política em 1966
E hoje dança no Frenetic Dancing Days

Ela me conta que era atriz e trabalhou no Hair
Com alguns homens foi feliz, com outros foi mulher
Que tem muito ódio no coração, que tem dado muito amor
E espalhado muito prazer e muita dor

Mas ela ao mesmo tempo diz que tudo vai mudar
Pois ela vai ser o que quis, inventando um lugar
Onde a gente e a natureza feliz vivam sempre em comunhão
E a tigresa possa mais do que o leão

As garras da felina me marcaram o coração
Mas as besteiras de menina que ela disse, não
E eu corri pra o violão num lamento, e a manhã nasceu azul
Como é bom poder tocar um instrumento"


Caetano Veloso

https://www.letras.mus.br/caetano-veloso/44781/

Graduada em Ciências da Religião,
Licenciada e Pós graduada em Ensino da Filosofia
Pós graduanda em Arteterapia.
Filósofa, Poeta, Novelista e Artesã

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