Porto Solidão: Revisitando o mundo "De Sofia"
Revisitar lugares que outrora nos transbordaram de encantamento à primeira vista parece ariscado, desafiador olhar tudo outra vez, como se fosse possível ver uma mesma coisa duas vezes. Quando decidi revisitar O Mundo de Sofia quase me esqueci do alerta de Heráclito: "Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou."
Assim adentrei o Jardim do Éden, não mais descalça como fizera há 23 anos atrás, é bem verdade que naquele tempo já contava eu com bem mais que vinte e poucos anos, já havia vistos muitos coelhos saltarem de cartolas pretas tagarelando sobre antigos mitos, gregos e o hebraico cristão (os últimos julguei eu serem verdades inquestionáveis). Foi por essa época que o equilíbrio entre as forças do bem e do mal foram abalados dentro de mim.
"Talvez a verdade seja uma questão de ponto de vista e a mentira um ser mutável que igual à larva da borboleta com o tempo torna-se aceitável, ficando a critério de cada um escolher a sua verdade... A mais agradável!" O Mundo de Sofia
Senti a vista turva, a necessidade de experimentar algumas lentes e a cada nova lente a confirmação de que Heráclito ganhava a contenda com Demócrito, ainda que muitas vezes me deixei estática a observar a escuridão, certa de que ela (a escuridão) não existia de fato e o que eu via (ou deixava de ver) era tão somente a ausência da luz. “O Ser é e o Não-Ser Não é”.
Remontei e desmontei o lego (brinquedo com o qual não tivera oportunidade de brincar na infância. Caro demais para meus pais lavradores), construí castelos, me fiz princesa, beijei sapos e outra vez fui obrigada a recolher as migalhas do chão feito gata borralheira.
Retornei a Grécia Antiga, li e reli a inscrição à porta do Templo de Delfos: "Conhece-te a ti mesmo".
Saudei meus velhos conhecidos Sócrates, Platão e Aristóteles e segui apressada para a cabana do Major.
Lá deixei que meu corpo físico hibernasse enquanto meu espírito pegou carona com uma pequena aeronave de onde tremulava uma faixa de "Feliz aniversário".
Pousei por fim numa pequena canoa e sigo à deriva, a espera que os ventos me conduzam até algum outro porto. (que me seja seguro).
Ah!!! Enquanto segue a viagem vou cantarolando a canção predileta de uma amigo querido (que não abraço há algum tempo)
"Se um veleiroRepousasse
Na palma da minha mão
Sopraria com sentimento
E deixaria seguir sempre
Rumo ao meu coração
Meu coração
A calma de um mar
Que guarda tamanhos segredos
Diversos naufragados
E sem tempo
Rimas de ventos e velas
Vida que vem e que vai
A solidão que fica e entra
Me arremessando contra o cais
Rimas de ventos e velas
Vida que vem e que vai
A solidão que fica e entra
Me arremessando contra o cais
Se um veleiro
Repousasse
Na palma da minha mão
Sopraria com sentimento
E deixaria seguir sempre
Rumo ao meu coração
Meu coração
A calma de um mar
Que guarda tamanhos segredos
Diversos naufragados
E sem tempo
Rimas de ventos e velas
Vida que vem e que vai
A solidão que fica e entra
Me arremessando contra o cais
Rimas de ventos e velas
Vida que vem e que vai
A solidão que fica e entra
Me arremessando contra o cais
Rimas de ventos e velas
Vida que vem e que vai
A solidão que fica e entra
Me arremessando contra o cais
Rimas de ventos e velas
Vida que vem e que vai
A solidão que fica e entra
Me arremessando contra o cais
Rimas
A solidão que fica e entra
Me arremessando contra o cais"
Compositores: Gincko / Zeca Bahia
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