Emimesmada: Porque hoje é sábado!
Porque hoje é sábado
Praticamente o primeiro de 2022
(Já que o 1º era de paz universal)
Não só por ser sábado
Não por ser inicio de um novo janeiro
Despertei com o cantarolar da aurora
(de tranças de ouro e dedos de rosa)
Saltei da cama
Desejando apagar os tristes acontecimentos da última semana
(Trazer de volta minha sobrinha querida)
Inútil...
Porque o que aconteceu está acontecido
A dor continuará sendo sentida
A esperança de reconciliação com a felicidade é vã
(No estado de espirito em que me encontro)
Emimesmada!
Tomo um gole do café amargo
Abro o livro
"A felicidade é inútil"
Descordo, debato, corroboro
Com Clóvis de Barros Filho
A felicidade "Parece mais visível e colorida na ausência.
Bem mais incerta e dubitativa na presença."
Em fim...
Hoje é sábado (outra vez)
Nem o primeiro, tão pouco há de ser o último
Deixo-me socorrer pela poesia
Horácio me toma pela mão, como se Leucônoe eu fosse!
(Soprando aos meus ouvidos: Carpe Diem, Carpe Diem!)
"Não interrogues, não é lícito saber a mim ou a ti que fim os deuses darão, Leucônoe. Nem tentes
os cálculos babilônicos. Antes aceitar o que for,
quer muitos invernos nos conceda Júpiter, quer este último
apenas, que ora despedaça o mar Tirreno contra as pedras
vulcânicas. Sábia, decanta os vinhos, e para um breve espaço de tempo
poda a esperança longa. Enquanto conversamos terá fugido despeitada
a hora: colhe o dia, minimamente crédula no porvir."
Esquento o pão, banhado em margarina na frigideira
Suspiro minhas reticências
Faço self de cara lavada
A dor continuará sendo sentida
A esperança de reconciliação com a felicidade é vã
(No estado de espirito em que me encontro)
Emimesmada!
Tomo um gole do café amargo
Abro o livro
"A felicidade é inútil"
Descordo, debato, corroboro
Com Clóvis de Barros Filho
A felicidade "Parece mais visível e colorida na ausência.
Bem mais incerta e dubitativa na presença."
Em fim...
Hoje é sábado (outra vez)
Nem o primeiro, tão pouco há de ser o último
Deixo-me socorrer pela poesia
Horácio me toma pela mão, como se Leucônoe eu fosse!
(Soprando aos meus ouvidos: Carpe Diem, Carpe Diem!)
"Não interrogues, não é lícito saber a mim ou a ti que fim os deuses darão, Leucônoe. Nem tentes
os cálculos babilônicos. Antes aceitar o que for,
quer muitos invernos nos conceda Júpiter, quer este último
apenas, que ora despedaça o mar Tirreno contra as pedras
vulcânicas. Sábia, decanta os vinhos, e para um breve espaço de tempo
poda a esperança longa. Enquanto conversamos terá fugido despeitada
a hora: colhe o dia, minimamente crédula no porvir."
Esquento o pão, banhado em margarina na frigideira
Suspiro minhas reticências
Faço self de cara lavada
(Utilizando um filtro de maquiagem)
Me publico
Me compartilho
Afago-me a alma
Me publico
Me compartilho
Afago-me a alma
Porque hoje é sábado!
Aprecie-me sem moderação!
Lúcia Peixoto
Filósofa, Professora de Filosofia,
Poeta, Artesã, Bacharel em Ciências da Religião,
Licenciada e Pós Graduada em Filosofia,
Cursando Formação Pedagógica em História
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Referências: FILHO, Clóvis de B. A Felicidade É Inútil. Porto Alegre: Citadel, 2019.
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