Café com poesia: à Caio Fernando de Abreu!

"Bora lá... Semear esperança, na certeza de que a colheita será farta!"

Acordar antes da hora marcada
Sem motivo aparente
É mesmo uma sina
Antes mesmo do dia clarear o corpo já pede café
A alma tem fome e sede
Anseia por viver
Não teme a labuta diária
Forjado nos roçados
No constante preparar a terra
Semear...
Regar...
Colher...
Lidar com tempos de estiagem
Com as chuvas em demasia
Com invernos fora de hora
Com o sol escaldante em qualquer estação
Faça sol ou caia chuva
A operaria das palavras
Lavradora da esperança
Pula cedo da cama
Passa o café
Convida a poesia a sentar-se a mesa
Hoje em companhia de Caio Fernando de Abreu!



"Um café e um amor… Quentes, por favor!
Sem excessos de doçura ou amargura.
Forte
Doce…
Que ambos façam meu coração acelerar.
Que me mantenham vivo.

Um café e um amor… Quentes, por favor!
E que de nenhum deles eu sofra de vício,
Mas que de ambos,
Eu possa me dar ao luxo do hábito

Um café e um amor… Quentes por favor!
Pra ter calma nos dias frios.
Pra dar colo
Quando as coisas estiverem por um fio.

E que eles nunca tenham gosto de ontem
Nem anseiem pelo amanhã
Que me façam feliz nesse agora,
Que me abracem pela manhã."
Caio Fernando Abreu


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