25 de novembro: Dia Internacional de combate a violência á mulher

“Basta uma crise política, econômica e religiosa, para que os direitos das mulheres sejam questionados”. (Simone de Beauvoir)

Neste 25 de novembro de 2021, Dia Internacional de combate a violência á mulher, nos juntamos uma vez mais às mulheres de todo o mundo num abraço sorórico em defesa da  vida das mulheres. Denunciamos o aumento absurdo de casos de violência doméstica durante a pandemia de Covid-19, segundo a ONU nos últimos dois anos, os números de violência doméstica dispararam no mundo. Relatório da ONU Mulheres mostra que duas em cada três mulheres relataram sofrer ou conhecer alguém que sofre algum tipo de violência. Apenas 10% denunciaram as agressões. No Brasil, dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos revelam mais de 100 mil casos de violência contra mulher desde o início da pandemia.

Atualmente, 125 países possuem leis específicas de proteção à mulher, sendo que a legislação brasileira (Lei Maria da Penha) é considerada uma das três mais avançadas do mundo. Apesar do avanço legislativo, o Brasil é o quinto país com o maior número de homicídios de mulheres.
 

O enfrentamento à violência contra as mulheres é uma luta de todas, todos e todes e passa pelo combate ao "machismo velado", alicerçado em séculos de patriarcalismo onde a objetificação do corpo feminino foi dado como "coisa normal", abençoada por igrejas e legalizada nas constituições brasileiras anteriores à Constituição cidadã de 88.
Infelizmente muitos dos direitos previstos na Constituição de 88 como Isonomia; Legalidade; Direitos Humanos; Direitos Sociais e trabalhistas; Direitos das Trabalhadoras Domésticas; Direitos Políticos, dentre outros, ainda estão restritos à "letra da lei".

Hoje sabemos que a luta por igualdade vai além da “utopia de um mundo fraterno”, visto que fraternidade (aliança ou entre irmãos) não garante lugar para nós mulheres, fazendo-se necessário um novo paradigma de sororidade (aliança entre irmãs) para que juntas possamos assumir nosso protagonismo e então, lado a lado com aqueles que comungam dos mesmos ideais de igualdade, marcharmos rumo à construção de um outro modelo de sociedade.

 

Origem da data:
A data foi escolhida para homenagear as irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), dominicanas que ficaram conhecidas como Las Mariposas e se opuseram à ditadura de Rafael Leónidas Trujillo, sendo assassinadas em 25 de novembro de 1960.

No Primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho de 1981, realizado em Bogotá, Colômbia, a data do assassinato das irmãs foi proposta para ser o dia Latino-Americano e Caribenho de luta contra a violência à mulher. Em 17 de dezembro de 1999, a Assembleia Geral das Nações Unidas incluiu a data em seu calendário.

Para saber mais: https://www.brasildefato.com.br/2021/11/25/mais-da-metade-das-brasileiras-ja-sofreram-algum-tipo-de-violencia-politica-segundo-pesquisa


Lúcia Peixoto
Filósofa, Professora de Filosofia,
Poeta, Artesã, Bacharel em Ciências da Religião,
Licenciada e Pós Graduada em Filosofia,
Cursando Formação Pedagógica em História

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