Ubuntu: Uma Filosofia Africana


Ubuntu é uma ética ou ideologia de África (de toda a África). É uma filosofia africana que existe em vários países de África que foca nas alianças e relacionamento das pessoas umas com as outras. A palavra vem das línguas dos povos Banto; na África do Sul nas línguas Zulu e Xhosa. Ubuntu é tido como um conceito tradicional africano.

Uma tentativa de tradução para a Língua Portuguesa poderia ser “humanidade para com os outros”. Uma outra tradução poderia ser “a crença no compartilhamento que conecta toda a humanidade”e ainda “Sou o que sou pelo que nós somos”.

Uma tentativa de definição mais longa foi feita pelo Arcebispo Desmond Tutu:

Uma pessoa com ubuntu está aberta e disponível aos outros, não-preocupada em julgar os outros como bons ou maus, e tem consciência de que faz parte de algo maior e que é tão diminuída quanto seus semelhantes que são diminuídos ou humilhados, torturados ou oprimidos.

Na esfera política, o conceito é utilizado para enfatizar a necessidade da união e do consenso nas tomadas de decisão, bem como na ética humanitária. A ideia de ubuntu inclui respeito pela religiosidade, individualidade e particularidade dos outros.


A jornalista e filósofa Lia Diskin durante o Festival Mundial da Paz, ocorrido em Florianópolis, em 2006, contou o seguinte caso de uma tribo na África:

Um antropólogo estava estudando os usos e costumes da tribo Ubuntu e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Como tinha muito tempo ainda até o embarque, ele propôs, então, uma brincadeira paras crianças que achou ser inofensiva. Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, colocou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e colocou debaixo de uma árvore. Aí ele chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse “já!”, elas deveriam sair correndo até o cesto e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro.

As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse “Já!” instantaneamente todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.

O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou porque elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces.

Elas simplesmente responderam: –Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?

Ele ficou pasmo. Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo e ainda não havia compreendido, de verdade, a essência daquele povo.

fonte: http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br/ubuntu-o-que-a-africa-tem-a-nos-ensinar/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues

Conferência apresentada no V SEMINÁRIO PRESENÇA AFRICANA NO BRASIL realizado nos dias 14, 15 e 16 de outubro no auditório do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP), em Curitiba. https://youtu.be/WhmPdMdkkww

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