Despertar!

Despertar antes do bailar da Aurora
É mesmo uma sina!
Mesmo sendo sábado
Mesmo estando com a agenda em branco
Mesmo sem ter quase dormido
Mesmo sem muita vontade
Enfrentar a inercia
É o que resta
Relembrar os conselhos de João Cabral de Melo Neto!
Acolher o "Sopro do instinto"
Verter suor na labuta consciente
Copular com as palavras
Gestar e por fim
Dar luz à poesia!


"Pedem-me um poema
um poema que seja inédito,
poema é coisa que se faz vendo,
como imaginar Picasso cego?

Um poema se faz se vendo,
um poema se faz para a vista,
como fazer o poema ditado
sem vê-lo na folha inescrita?

Poema é composição,
mesmo da coisa vivida,
um poema é o que se arruma,
dentro da desarrumada vida.

Por exemplo, é como um rio,
por exemplo, um Capibaribe,
em suas margens domado
para chegar ao Recife.

Onde com o Beberibe,
com o Tejipió, Jaboatão
para fazer o Atlântico,
todos se juntam a mão.

Poema é coisa de ver,
é coisa sobre um espaço,
como se vê um Franz Weissman,
como não se ouve um quadrado."

JOÃO CABRAL DE MELO NETO, 1998


Graduada em Ciências da Religião,
Licenciada e Pós graduada em Ensino da Filosofia
Pós graduanda em Arteterapia.
Filósofa, Poeta, Novelista e Artesã

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