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Escrevivência: Lúcia Peixoto

Acordou Saboreou o café amargo Esquentou o pão na frigideira Sorriu Revisitando suas escrevivências! "Numa manhã de outrora O café estava doce O pão fresco A vida amarga e mofada!". Em dias como aqueles Silenciava Ouvindo na memória  A voz calma da poeta. "Quando eu morder a palavra, por favor, não me apressem, quero mascar, rasgar entre os dentes, a pele, os ossos, o tutano do verbo, para assim versejar o âmago das coisas. Quando meu olhar se perder no nada, por favor, não me despertem, quero reter, no adentro da íris, a menor sombra, do ínfimo movimento. Quando meus pés abrandarem na marcha, por favor, não me forcem. Caminhar para quê? Deixem-me quedar, deixem-me quieta, na aparente inércia. Nem todo viandante anda estradas, há mundos submersos, que só o silêncio da poesia penetra." Conceição Evaristo Lúcia Peixoto Filósofa, Professora de Filosofia, Poeta, Artesã, Bacharel em Ciências da Religião, Licenciada e Pós Graduada em Filosofia, Pós graduanda em Arteterap

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