Projeto Imersão Literária "conta o Conto sem aumentar um ponto"

"Que cada um de nós, ao ouvir a história do Negrinho do Pastoreio, possa refletir sobre as nossas próprias atitudes e contribuir para a construção de uma sociedade justa e igualitária. Que o legado desse menino escravo seja um lembrete constante de que a mudança começa em cada um de nós, e que juntos podemos transformar o mundo em um lugar melhor para todos."

O conto é um texto curto em que um narrador conta uma história desenvolvida em torno de um enredo - uma situação que dá origem aos acontecimentos de uma narrativa.

Há poucos personagens e poucos locais, pois como a história é breve não é possível incluir vários lugares e personagens diferentes.

Há vários tipos de contos: realistas, populares, fantásticos, de terror, de humor, infantis, psicológicos, de fadas.

A estrutura desse gênero textual é composta por quatro partes: apresentação do enredo, desenvolvimento dos acontecimentos, momento de tensão - clímax, e solução - desfecho.

Um exemplo de conto apresentado por Luís da Câmara Cascudo é o  Negrinho do Pastoreio criada sob a influência das culturas africana e católica e muito popular na cultura do Rio Grande do Sul.

O Negrinho do Pastoreiro, é considerada uma narração pesada, triste, e ao mesmo tempo, de fé, esperança, compaixão e liberdade. A história foi contada na obra do escritor, Luís da Câmara Cascudo, Lendas Brasileiras para Jovens - Luís Da Câmara Cascudo Ed. Global 2006 (Disponível para empréstimo na sala de leitura.


A lenda conta que o negrinho do pastoreio era órfão, não tinha padrinhos e não recebeu um nome, sendo chamado pelo seu malvado proprietário, um estancieiro gaúcho, apenas como “negrinho”. O menino afirmava que a Virgem Maria era sua madrinha, e sempre acendia velas e rezava para ela.

Um dia ele apostou uma corrida de cavalo com o escravizado de outro estancieiro e acabou perdendo. Como punição, seu senhor ordenou que ele cuidasse de alguns cavalos. O menino, extremamente cansado, acabou pegando no sono, e um cavalo baio, o preferido do patrão, acabou fugindo. Em outras versões, é o filho do patrão, tão maldoso quanto o pai, que abre a porteira e deixa o cavalo fugir para prejudicar o negrinho do pastoreio.

Ao saber da perda do animal, o patrão chicoteou o menino e ordenou que este fosse à floresta procurar o cavalo. Negrinho do pastoreio acendeu uma vela para Nossa Senhora e partiu para a floresta, encontrando o cavalo, mas não conseguiu amarrá-lo e levá-lo para o patrão. Este, enfurecido por não ter o cavalo recuperado, chicoteou e espancou o menino, deixando-o gravemente ferido e jogando seu corpo imóvel sobre um formigueiro, esperando que as formigas o devorassem.

Tempos depois (em algumas versões da lenda, após um dia, e, em outras, após três dias), o fazendeiro retornou ao local onde havia jogado o corpo, esperando encontrar boa parte dele já devorado pelas formigas. Ao chegar lá, no entanto, o fazendeiro encontrou o menino sobre o cavalo baio, com seu corpo intacto e com Nossa Senhora ao lado dele. O fazendeiro se arrependeu dos seus pecados e se ajoelhou pedindo perdão à Virgem Maria e ao menino.

O negrinho do pastoreio passou a cavalgar pelos sertões e estradas do país e a ser considerado uma espécie de santo das causas perdidas. Quando uma pessoa perde algo, deve acender uma vela próximo de um formigueiro, que o negrinho do pastoreio ajudará na procura. Em algumas versões da lenda, ele exige como pagamento uma vela, que deve ser acesa para Nossa Senhora."






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