Recado profético do passado: A soberania que queremos para o Brasil de hoje.
" ... Todos nós queremos aquilo com que Santo sonhou: um Brasil de todos e não só de alguns; um país que vai para a frente e não uma nação que se deixa orientar por qualquer país dominador. Nascemos para a independência e a liberdade, para afirmar a dignidade humana. Somos capazes de fazer com que as coisas mudem, e mudem para melhor. Não há nada que possa destruir a fé e a esperança em nosso coração. Estas se alimentam com o exemplo de figuras especiais, como, por exemplo, o nosso Santo Dias da Silva, cuja memória, evocada no livro que o leitor tem nas mãos, nos incentivará na longa e difícil caminhada."
Dom Paulo Evaristo Arnes.
Revisando minhas referências bibliográficas para conclusão da obra que ora escrevo, (O Cinza do meu Mundo Azul e Rosa) me reesperanço com o prefácio profético escrito pelo saudoso, sempre presente Dom Paulo Evaristo Arnes. à 1ª Edição do livro: Santo Dias – Quando o passado se transforma em História.
Santo Dias – Quando o passado se transforma em História
O livro que vocês vão ler agora não é apenas um relato sobre um cristão que sacrificou sua vida numa caminhada para que o nosso Brasil fosse mais justo. Junto com a história de Santo Dias, este livro registra também a vida de seus companheiros, da comunidade que ele ajudou a criar, da vivência de uma porção do Povo de Deus que deu testemunho do Reino trinta anos atrás, sob uma ditadura feroz. Esses tempos fazem parte da história que não pode ser esquecida e do heroísmo que esse operário pai de família demonstrou diante da iniquidade. A morte de Santo Dias repercute, ainda hoje, em todos os cantos deste país e em outros lugares do mundo. Lembro-me, como se fosse hoje, daquele 30 de outubro, há 25 anos, quando o corpo de Santo chegou à Catedral da Sé, vindo da Igreja de Nossa Senhora da Consolação, acompanhado por duzentos padres, onze bispos e toda aquela população incontável que acompanhava o cortejo. Diante da barbaridade que foi seu assassinato, São Paulo parou para protestar.
Não podemos esquecer Santo Dias. Mais que nunca, é preciso manter viva a chama de sua memória. Por isso, dizemos: é hoje que iniciamos. Nós não desanimamos. Já tivemos tempos piores que este, ameaçadores a ponto de a vida de Santo Dias e de outros terem sido ceifadas pela injustiça. Não devemos e nem podemos esmorecer! Os tempos são outros, mas os trabalhadores continuam sofrendo. Por isso, precisamos continuar lutando. Apesar das ameaças, do desemprego intolerável que há mais de dez anos aniquila a vida de tantas famílias, temos que continuar agindo para que o Brasil seja realmente um país como Deus o predestinou a ser: modelo de tolerância, de amizade, de colaboração, de riqueza para todos, não só para alguns!
Está na hora de relembrar Santo Dias da Silva e tomar coragem para uma nova fase. Coragem, gente! Temos que ir para a frente. Mais uma vez. É o momento de dizermos que o sacrifício de um operário – exemplo em todos os sentidos, tanto como esposo e pai quanto como agente participativo em todas as situações de seu tempo – não foi em vão. Santo Dias permanece em nossa ação cotidiana, em nosso olhar atento, em nossa caminhada por dias melhores.
Todos nós queremos aquilo com que Santo sonhou: um Brasil de todos e não só de alguns; um país que vai para a frente e não uma nação que se deixa orientar por qualquer país dominador. Nascemos para a independência e a liberdade, para afirmar a dignidade humana. Somos capazes de fazer com que as coisas mudem, e mudem para melhor. Não há nada que possa destruir a fé e a esperança em nosso coração. Estas se alimentam com o exemplo de figuras especiais, como, por exemplo, o nosso Santo Dias da Silva, cuja memória, evocada no livro que o leitor tem nas mãos, nos incentivará na longa e difícil caminhada.
São Paulo, 1º de maio de 2004
Paulo Evaristo, Cardeal Arns Arcebispo Emérito de São Paulo

Disponivel em: https://fpabramo.org.br/editora/wp-content/uploads/sites/17/2019/10/Santo-Dias-web2.pdf
Graduada em Ciências da Religião,
Licenciada e Pós graduada em Ensino da Filosofia
Pós graduanda em Arteterapia.
Filósofa, Poeta, Novelista e Artesã
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