a carta de Meneceu (Fixamento)
Para fichamento. Ver Clóvis de Barros
Carta a Meneceu, Epicuro. Carta sobre a felicidade.
Chave do castelo mais tranquila.
Epicuro vai apresentar uma reflexão ética, que vai merecer o nome de Hedonista. Hedonê quer dizer prazer. A referência epicurista é o prazer. O mundo é bom quando ele proporciona prazer.
O prazer é a chave da ética epicurista e hedonista.
Nesse caso, alguém poderia dizer: já entendi. Vamos imediatamente para a Daslu, ou contrate garotas de programas, ou vamos para Paris, ficar no hotel e comer bem.
Mas não é bem isso que ele quis dizer.
O hedonismo contemporâneo não é o epicurista. Na verdade é o contrário.
O prazer de Epicuro, que fundamenta a moral epicurista, é o prazer com as coisas simples.
A grande arte da vida é continuar conseguindo ter prazer com coisas simples.
Para Epicuro, à medida que vamos vivendo, vamos prostituindo o nosso corpo. Vamos habituar o nosso corpo a sofisticações tais, que ele vai perdendo a capacidade de ter prazer como o que é simples.
A vantagem de ter prazer com coisas simples é que elas são mais simples de encontrar.
Tornando assim o prazer mais provável.
Ele tem um aluno que estuda filosofia a um título particular. Foi professor na faculdade de direito, e estuda filosofia à cinco anos, que tem tiradas do tipo: espumante pra mim é Veuve clicquot Rose 69. Pra ter prazer com um Sangue de Boi, uma Cidra Cereser, ele tá fudido.
Eu gosto de foie gras, mas com geleia da marca tal, e com abricó do Ceilão, temperado com lágrimas de mamona da Lanxúria. Esse cara é um fudido, ele se acha um foda, pra ele conseguir ter prazer tá foda.
Ele vai no mata-zona. Venha um pastel da combi. O aluno dirá você é um carroceiro, o professor responde que sou um seguidor da sabedoria epicurista.
Marx faz uma comparação do pensamento de Demócrito com o de Epicuro.
O hedonismo epicurista é a ética da simplicidade.
Aquele que não gosta de água. Não está preparado.
Aquele que ama só o arroz. Está preparado.
Pão com manteiga. Perdeu a capacidade de sentir prazer só com o pão.
Na hora que você começa a prostituir o corpo você não consegue voltar mais.
Tem gente que não tempera a salada não vem.
Quanto mais você se prostitui, você superestimula, depois que você dura, ela não volta.
Pra quem toma ônibus, quando o ônibus chega o prazer é imenso.
A nossa vida vai nos obrigar a uma transformação do corpo que nos impede de ter prazer.
O segredo é continuar vivendo simplesmente.
A capacidade de em momentos visíveis da vida encontrar alguma coisa que te dê um joule de prazer.
Quando você leva uma vida simples você se permite aproveitar melhores momentos futuros.
O hedonismo epicurista está preocupado com a sustentabilidade do prazer. Preocupado com a vida hoje com condição de amanhã.
Pra Epicuro existe o prazer natural e necessário, natural e não-necessário, não-natural e não-necessário.
Natural qualquer bicho tem.
Necessário, sem ele você mais.
O prazer que fundamenta a vida são os naturais-necessários. Naturais e não necessários com moderação. Os não-não: evitar.
Epicuro foi taxado como porco e lascivo. Fama de promíscuo. Mas na verdade era mais restrito que um monge.
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